Mulheres Negras

Mulheres Negras na História

Auta de Sousa 

Auta de Souza foi poeta numa época em que as mulheres tinham pouco direito a voz e nenhum a voto.

Filha de uma próspera família, Auta de Souza (1876-1901) nasceu em Macaíba, Rio Grande do Norte. Seu pai era proprietário da firma Paula, Eloy & Cia. e dirigente local do Partido Liberal. Órfã de mãe aos 2 anos de idade e de pai aos 4 anos, foi criada pela avó.
Seu primeiro público, ainda menina, compunha-se de mulheres do povo e velhos escravos, para quem lia, entre outras coisas, as façanhas de Carlos Magno. Em 1887, foi estudar no Colégio São Vicente de Paula, dirigido por religiosas francesas. Ai aprendeu francês, leu os clássicos e os místicos. Devido à saúde frágil - já estava com tuberculose -, retornou à casa da avó, onde completou sua formação na biblioteca do irmão, Henrique Castriciano, poeta, jornalista e deputado federal pelo Rio Grande do Norte na República Velha.
Em 1894, fundou o clube do biscoito, que promovia reuniões de declamação, jogos e danças na casa de seus associados. Versejando em português e francês, Auta passou a colaborar na melhor imprensa do seu Estado, antes de completar 20 anos. Seu livro O Horto, publicado em 1901, prefaciado por Olavo Bilac, foi elogiado pela crítica e lido com avidez tanto por intelectuais como pelo povo, que passou a repetir muitos de seus versos sob a forma de cantigas.
Obras: Por volta de 1897, reuniu um primeiro volume de poemas que intitulou de Dálias que veio a ser publicado em 1900 (com prefácio de Olavo Bilac) sob o título de Horto, muitos dizem que a mudança do título foi influência do irmão Henrique Castriciano, que não viu rosas na vida de Auta, apenas sofrimento e angústias. O livro Horto teve outras edições: a segunda em 1911 foi editada na cidade de Paris, a terceira em 1936, a quarta em 1970, pela Fundação José Augusto, a quinta em 2000, pela EDUFRN e que acompanha um estudo de Ana Laudelina sobre a poeta, e a sexta, em 2009, também pela EDUFRN, que é acrescido de alguns poemas que não estavam nas outras edições de Horto, e ainda, a edição é acompanhada do documentário Noite Auta, céu risonho, dirigido por Ana Laudelina Ferreira Gomes (UFRN) e um cd com poemas musicados.

Características da obra: A dúvida, as dores e a angústia da vida são temas que permeiam nos versos simples, porém profundos de Auta. Atualmente, aproximam o seu estilo e sua temática a estética simbolista.

Considerada por Otto Maria Carpeaux como a mais alta expressão do nosso misticismo, alguns versos da poetisa que morreu aos 25 anos de idade:
"Estrelas fulgem da noite em meio
Lembrando Lírios loiros a arder...
E eu tenho a treva dentro do seio...
Astro! velai-vos, que eu vou morrer!".


Laudelina Campos Melo


Nasceu em 12 de outubro de 1904, em Poços de caldas, MG. Seus pais eram negros alforriados pela Lei do ventre Livre, em 1871.
Laudelina, aos 12 anos, perdeu o pai de forma trágica. Este trabalhava no corte de madeira, no Paraná, e foi atingido por uma tora que havia sido cortada por um de seus irmãos. Laudelina teve então que abandonar os estudos, ainda na escola primária, para assumir o cuidado dos cinco irmãos menores, para que sua mãe fosse trabalhar em um hotel. Adolescente, auxiliava a mãe na confecção de doces e compotas caseiras, para serem vendidos na cidade. Aos 20 anos, passou a ser empregada doméstica, o que a levou a mudar-se para Santos, São Paulo, onde casou-se e teve um filho.Em Santos passou a integrar um grupo chamado Frente Negra que abrigava várias entidades com propósitos de ampliação política e cultural para a população negra. Em 1936, surgiu a idéia de criar uma associação para empregadas domésticas. Simultaneamente instituições parecidas foram criadas na cidade de São Paulo, sob a coordenação do professor Geraldo de Campos Oliveira, presidente do Clube Cultural Recreativo do Negro e membro do partido Libertador, e outra em Santos, sob a responsabilidade de Laudelina. Durante o Governo Vargas, as organizações de trabalhadores foram proibidas. Só após a abertura política a associação retornou as atividades, tendo Laudelina a frente como presidente. Em 1948, foi convidada pela família para a qual trabalhava como governanta para ser gerente do hotel fazenda que tinham em Mogi das Cruzes, São Paulo, lá permaneceu por três anos.Com a morte de sua patroa, Laudelina foi para Campinas, cidade onde davam preferência às empregadas brancas. Inconformada com este fato, Laudelina foi ao jornal Correio Popular para se manifestar contra os anúncios preconceituosos por eles publicados.Integrou-se então ao Movimento Negro de Campinas. Em 1961, obteve o apoio do Sindicato da Construção Civil de Campinas para fundar, em suas dependências, a associação de empregadas domésticas de Campinas. A Associação Profissional Beneficiente das Empregadas Domésticas atuou em diferentes frentes, especialmente na luta contra o preconceito racial. Cerca de 1200 trabalhadoras domésticas compareceram ao ato de inauguração da associação, em 18 de maio de 1961. Com o golpe militar de 1964, a associação deveria ser fechada, para que isso não acontecesse, Laudelina aceitou abrigá-la na União Democrática Nacional - UDN. Em 1968 adoeceu durante o processo de sucessão da entidade, o qual levou a dissolução da entidade, levando-a a se desvincular do movimento de empregadas domésticas.
Retomou a direção da entidade em 1982, procurada por suas antigas companheiras. Em 1988 a associação transformou-se no sindicato das empregadas domésticas e continuou a lutar em favor do direito das empregadas domésticas.Morreu em 22 de maio de 1991.
Fonte:
Dicionário Mulheres do Brasil de 1500 até a atualidade. Jorge Zahar editor, RJ, 2000.


   Aqualtune


Era uma princesa africana, filha do importante Rei do Congo. Numa guerra entre reinos africanos, foi derrotada, juntamente com seu exército de 10 mil guerreiros e transformada em escrava. Foi levada para um navio negreiro e vendida ao Brasil, vindo para o Porto de Recife.
Comprada como escrava reprodutora foi levada para região de Porto Calvo, no sul de Pernambuco. Lá conheceu as histórias de resistência dos negros na escravidão, conhecendo então a trajetória de Palmares, um dos principais Quilombos negros durante o período escravocrata.

 
Aqualtune, nos últimos meses de gravidez ,organizou uma fuga junto com outros escravos para o quilombo, onde teve sua ascendência reconhecida, recebendo, então, o governo de um dos territórios quilombolas, onde as tradições africanas eram mantidas.
Aqualtune era da família de Ganga Zumba, e uma de suas filhas teria gerado Zumbi. Em uma das guerras comandadas pelos paulistas para a destruição de Palmares, a aldeia de Aqualtune, que já estava idosa, foi queimada. Não se sabe ao certo a data de sua morte.



Fontes:
- Caderno de Formação do MNU - Movimento negro Unificado.
- Dicionário Mulheres do brasil - De 1500 até a atualidade biográfico e ilustrado. Jorge Zahar Editor, 2000.


Lélia Almeida Gonzales


Nasceu em Minas Gerais, filha de pai negro e mãe índia, era a caçula de 13 irmãos. Lélia Gonzalez, militante constante da causa da mulher e do negro, em todos os espaços que atuou, se fez digna representante.

Tinha 59 anos quando faleceu, em 10 de julho de 1994, no bairro de Santa Teresa, na cidade do Rio de Janeiro.
Quando Lélia era criança, sua família instalou-se no Rio, na favela do Pinto, bairro do Leblon, ao lado do Clube de Regatas do Flamengo, onde jogava (e depois foi técnico) seu irmão, Jaime de Almeida (nascido em 1920), por quem nutria enorme admiração e nos passos de quem seguiu torcendo pelo Flamengo e gostando muito de futebol.  Logo depois, a família mudou-se para o subúrbio, para uma casa em Ricardo de Albuquerque.  Pela localização da residência, se percebe que Lélia viajou muito no trem suburbano da Central do Brasil, junto com o “povão” (como dizia), principalmente quando estudou no Colégio Estadual Orsina da Fonseca (ao lado do terminal da Central do Brasil, no centro da cidade) e no Colégio Pedro II (na Av. Marechal Floriano, também próximo a Central do Brasil).
Lélia era a penúltima de 18 irmãos/ãs; filha de pai negro (Acácio Joaquim de Almeida), ferroviário, e mãe índia (Urcinda Seraphina de Almeida).  À medida que irmãs e irmãos iam constituindo novas famílias, Lélia cuidava da mãe, já residindo na Tijuca, até o final dos anos 1960, quando Dona Urcinda faleceu.  Casou-se aos 28 anos, para assumir definitivamente o sobrenome Gonzalez.
Nas escolas e nas faculdades (graduou-se em História/Geografia e Filosofia) era reconhecida pela dedicação e inteligência.  O catedrático Tarcísio Padilha logo percebeu a capacidade daquela aluna negra e convidou-a para ser sua assistente, no curso de Filosofia, na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) e, mais tarde, na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
Como educadora, Lélia lecionou em muitas escolas de nível médio, em faculdades e universidades.  Foi professora no Instituto de Educação, no Colégio de Aplicação (UERJ), na rede estadual de ensino.  Pela inteligência e conhecimento que demonstrava na argumentação e por sua capacidade de comunicar e instigar alunos e alunas à reflexão, a professora negra foi muito bem recebida em escolas confessionais, tendo sido, também, professora convidada no Centro de Estudos de Pessoal, do Exército Brasileiro, por alguns anos.
No final dos anos 1960 e início de 1970, Lélia era uma assumida mulher negra: “Essa questão do branqueamento bateu forte em mim e eu sei que bate muito forte em muitos negros também. Há também o problema de que, na escola, a gente aprende aquelas baboseiras sobre os índios e os negros; na própria universidade o problema do negro não é tratado nos seus devidos termos.”1
Foi em 1982 que Lélia escreveu “Lugar de negro”, junto com Carlos Hasenbalg2.  E por que demoraria 12 anos para gritar, por escrito? Porque só em 1982 Lélia teria firmado na escrita que “O lugar natural do grupo branco dominante são moradias amplas, espaçosas, situadas nos mais belos recantos da cidade ou do campo e devidamente protegidas por diferentes tipos de policiamento: desde os antigos feitores, capitães do mato, capangas, etc., até a polícia formalmente constituída3.  Desde a casa-grande e do sobrado4, aos belos edifícios e residências atuais, o critério tem sido sempre o mesmo.  Já o lugar natural do negro é o oposto, evidentemente: da senzala às favelas, cortiços, porões, invasões, alagados e conjuntos “habitacionais” (cujos modelos são os guetos dos países desenvolvidos) dos dias de hoje, o critério também tem sido simetricamente o mesmo: a divisão racial do espaço.”5?
Antes de mostrar na escrita, Lélia mostrava na palavra, na oralidade.  Na verdade (para usar uma expressão corrente em sua linguagem), sua proposta sempre foi falada.  Quando compreendeu teoricamente6 a questão da opressão e da exclusão, Lélia continuou fazendo exatamente a mesma trajetória teórica e intelectual que seguia anteriormente, mas, nesse momento, ela se dedica à leitura dos pensadores negros, da história do povo negro, das rainhas negras, lendo e refletindo noite adentro.  A inteligência e a desenvoltura teórica – que continuou exercendo institucionalmente, como professora na Pontifícia Universidade Católica, até o final da vida, tendo sido eleita Chefe do Departamento de Sociologia, um mês antes – foi posta a serviço da realidade e da necessidade do povo negro e, em especial, das mulheres negras.  Lélia passa a ser a grande referência teórica do Movimento Negro (principalmente do novo7 MN, nos anos 1970, que ajudou a fundar).  É a primeira intelectual negra no País.  É nessa condição que está citada no Dicionário “Mulheres do Brasil”8, na Enciclopédia Encarta Africana9 e, em “Mulheres Negras do Brasil10. É nessa condição que tornou-se referência como matrona para grupos de mulheres negras, bibliotecas, salas de leitura, prêmios, escolas, jornadas, seminários, dentre outros, conforme consta na indicação das homenagens em seu site oficial www.leliagonzalez.org.br.
Lélia Gonzalez teve uma trajetória, permanente e irrestrita, na direção do conhecimento.  Lia, elaborava e falava.  (Lia e falava nas línguas espanhola, francesa e inglesa.).   Pela fala, olho no olho, ela sabia que conhecimento buscar em sua riquíssima bagagem teórica (Filosofia, História, Teoria da Comunicação, Proxemia, Psicologia e Psicanálise, Antropologia, Sociologia, Teoria da Arte e Estética, Teoria dos Objetos, Política, Hermenêutica) para fazer com que o/a interlocutor/a compreendesse a questão “crucial”.  Ou, no embate político com brancos e brancas, ela buscava o contrapé teórico para dissuadir “brilhantemente” o/a adversário/a teórico/a ou ideológico/a.  Sua capacidade de interpretação se mostrou na crítica às ideologias e à hegemonia de dominação (de lógica machista, branca e européia) que sempre forçou o povo negro ao lugar de submissão, de menor condição e capacidade.
Lélia não tinha paciência para a elaboração escrita, nos moldes acadêmicos!  “No meu caso, fiz um tipo de escolha, que foi a militância de rua, participando de organizações negras, de seminários.  Na medida em que nós, os intelectuais negros orgânicos, somos tão poucos, realmente existe um grande leque de atividades para poder responder às exigências que nos são colocadas.”11  O universo de conhecimento que Lélia trazia, forçosamente determinado por ela para a transformação do real, muito mais tem a ver com a oralidade africana de Griot, do que com a academia ocidental.  Lélia representou uma Griot que conta histórias verdadeiras para seu povo.  Ela falava e ensinava não só para preservar a história, mas, principalmente, para resgatar as genealogias, as origens e as tradições de seu povo, para que esse povo compreendesse a lógica da discriminação e alcançasse a consciência, resgatando o orgulho de si mesmo, para a superação da condição de exclusão em que havia sido colocado.  Foi na defesa desse povo que, dentre outras atividades, participou de seminários nacionais e internacionais que duraram, pelo menos, de 1975 a 1989.  A necessidade de implementação e transformação, foi reconhecida pela atriz e política Ruth Escobar (presidente do Conselho Nacional dos Direitos da Mulher – CNDM, do qual Lélia era membro) que a indicou publicamente, em editorial do jornal Folha de São Paulo, para ocupar a vaga do Ministério da Cultura, em 1985.
Entre traduções de livros de filosofia (Editora Freitas Bastos), textos de palestras e “Lugar de Negro”, Lélia deixou “Festas Populares no Brasil”, editora Index, 1987, premiado na Feira Internacional do Livro, de Leipzig, Alemanha, na categoria “Os mais belos livros do mundo”, além de panfletos político-sociais, partidários, engajados, de muita reflexão.  Seus escritos, simultaneamente permeados pelos cenários da ditadura militar e da emergência dos movimentos sociais, são reveladores de sua capacidade intelectual e identificam sua constante preocupação em articular as lutas mais amplas da sociedade com a demanda específica dos negros, das mulheres e dos homossexuais.  A preocupação com os excluídos vai nortear suas campanhas para cargos públicos, em 1982 (PT, 1ª suplente como Deputada Federal) e em 1986 (PDT, suplente de Deputada Estadual), tendo como principais referências as liberdades individuais e as transformações sociais.
Lélia sempre acreditou que uma sociedade solidária e fraterna é possível.  Para isso, compreendia como necessário que, além do engajamento na luta política mais ampla, os grupos não dominantes, excluídos do poder, deviam produzir seu próprio conhecimento.  Foi em razão disso que se dedicou ao estudo das culturas humanas, especialmente da cultura negra.
Ressalte-se que muitos de seus escritos e falas (grande parte de sua obra compõe-se de palestras gravadas ou textos), conjugando ciência e política (como poucos brancos e brancas podiam fazer) atuando contra o racismo e outras formas de preconceito, contribuíram para a formação acadêmica e cidadã de muitos dos que com ela conviveram direta ou indiretamente.
Na militância, Lélia participou da criação do Instituto de Pesquisas das Culturas Negras (IPCN-RJ), do Movimento Negro Unificado (MNU), em nível nacional, do Nzinga Coletivo de Mulheres Negras-RJ, do Olodum-BA, dentre outros.  Depois de sua morte, muitos grupos apareceram no País, lançando seu nome, em homenagem.  O Movimento Negro tem montado o Quilombo Lélia Gonzalez e Milton Santos nos vários encontros do Fórum Social Mundial.  São muitas as referências que continuam sendo feitas a Lélia Gonzalez, em nível internacional, e inúmeras as homenagens que recebe em nível nacional.  No subúrbio de Olaria (no Rio) o governo do estado deu o nome Lélia Gonzalez a uma escola de nível médio.  Raquel Andrade Barreto, mestre pela Pontifícia Universidade Católica-RJ, defendeu a dissertação "Enegrecendo o feminismo ou Feminizando a raça: Narrativas de Libertação em Angela Davis e Lélia Gonzalez" (2005), além de Elizabeth Viana que defendeu dissertação de mestrado na UFRJ, sob o título “Relações raciais, gênero e movimentos sociais: o pensamento de Lélia Gonzalez (1970-1990)” (2006).

Um pouco do pensamento de Lélia Gonzalez:


Construção da identidade:
O importante é procurar estar atento aos processos que estão ocorrendo dentro dessa sociedade, não só em relação ao negro, ou em relação à mulher.  Você tem que estar atento a esse processo global e atuar no interior dele para poder efetivamente desenvolver estratégias de luta.  ...só na prática é que se vai percebendo e construindo a identidade, porque o que está colocado em questão, também, é justamente uma identidade a ser construída, reconstruída, desconstruída, num processo dialético realmente muito rico.12
Frente Negra Brasileira /e/ a consciência racial no centro urbano:
O primeiro grande movimento ideológico pós-abolição, a Frente Negra Brasileira (1931-1938), buscou sintetizar ambas as práticas (assimilacionismo e prática cultural), na medida em que atraiu os dois tipos de entidade para o seu seio.  Por aí, dá para entender também o sucesso de sua mobilização.  Afinal, ela conseguiu trazer milhares de negros para os seus quadros.  Precedida pelo trabalho de uma imprensa negra cada vez mais militante, a FNB surgiu exatamente no grande centro econômico do país que era, e é, São Paulo.... Com isso estamos querendo ressaltar o seu caráter eminentemente urbano, uma vez que é o negro da cidade que, mais exposto às pressões do sistema dominante, aprofunda sua consciência racial.13
As Escolas de Samba:
O golpe de 1964 implicaria na desarticulação das elites intelectuais negras, de um lado, e no processo de integração das entidades de massa numa perspectiva capitalista, de outro.  As escolas de samba, por exemplo, cada vez mais, vão se transformando em empresas da indústria turística.  Os antigos mestres de um artesanato negro, que antes dirigiam as atividades nos barracões das escolas, foram sendo substituídos por artistas plásticos, cenógrafos, figurinistas etc. e tal... Os “nêgo véio” da Comissão de Frente foram substituídos por mulatas rebolativas e tesudas.  Os desfiles transformaram-se em espetáculos tipo teatro de revista, sob a direção de uma nova figura: o carnavalesco.14
A responsabilidade na militância /e/ Candeia:
Papo vai, papo vem, ele (Candeia) nos presenteou com o folheto do enredo para o próximo carnaval: Noventa Anos de Abolição [para a Escola de Samba Quilombo, fundada por ele, junto com Lélia e outros/as, em 1975].  Fora escrito por ele, Candeia, “baseado nas publicações de Edson Carneiro, Lélia Gonzalez, Nina Rodrigues, Arthur Ramos (...), Alípio Goulart”...   Surpresa e emocionada, disse-lhe que ainda não tinha um trabalho publicado digno de ter meu nome ao lado daqueles “cobras” (afinal, um artiguinho aqui, outro acolá, e de tempos em tempos, não significava nada).  Ele retrucou, dizendo que sabia muito bem do trabalho que eu vinha realizando “por aí” e que isso era tão importante quanto os livros dos “cobras’.  E foi aí, então, que me incumbiu de representar o Quilombo no Ato Público (contra o racismo)15: “Não importa o que você diga, que eu assino embaixo”.  Pela primeira vez, para mim, alguém me fazia refletir sobre a responsabilidade que se tem quando se começa um trabalho “por aí”.16
O aparecimento do Movimento de Mulheres Negras:
Em, 1975, quando as feministas ocidentais se reuniam na Associação Brasileira de Imprensa para comemorar o Ano Internacional da Mulher, elas ali compareceram, apresentando um documento onde caracterizavam a situação de opressão da mulher negra. Todavia, dados os caminhos seguidos por diferentes tendências que se constituíram a partir do “Grupão”, esse grupo pioneiro acabou por se desfazer e suas componentes continuaram a atuar, então, nas diferentes organizações que se criaram.
Os anos seguintes testemunharam a criação de grupos de mulheres negras (Aqualtune, 1979; Luiza Mahin, 1980; Grupo de Mulheres Negras do Rio de Janeiro, 1982) que, de um modo ou outro, foram reabsorvidos pelo Movimento Negro. Todas nós, sem jamais termos nos distanciados do MN, continuamos nosso trabalho de militantes no interior das organizações mistas a que pertencíamos (André Rebouças, IPCN, SINBA, MNU etc.), sem, no entanto, desistir da discussão de nossas questões específicas junto aos nossos companheiros que, muitas vezes, tentavam nos excluir do nível das decisões, delegando-nos tarefas mais ”femininas”. Desnecessário dizer que o MN não deixava (e nem deixou ainda) de reproduzir certas práticas originárias de ideologia dominante, sobretudo no que diz respeito ao sexismo, como já dissemos. Todavia, como nós, mulheres e homens negros, nos conhecemos muito bem, nossas relações, apesar de todos os “pegas”, desenvolvem-se num plano mais igualitário cujas raízes, como dissemos acima, provêm de um mesmo solo: a experiência histórico-cultural comum. Por aí se explica a competição de muitos militantes com suas companheiras de luta. Mas, por outro lado, por aí também se explica o espaço que temos no interior do MN. E vale notar que, em termos de MNU, por exemplo, não apenas nós, mulheres, como nossos companheiros homossexuais, conquistamos o direito de discutir, em congresso, as nossas especificidades. E isto, num momento em que as esquerdas titubeavam sobre “tais questões”, receosas de que viessem “dividir a luta do operariado”.17
1 - O Pasquim (Entrevista), n° 871, 20 a 26/3/1986.
2 - Editora Marco Zero.  Até onde podemos saber, a editora não existe mais.
3 – Lélia chegou a ver o modo especial como o “grupo branco”, mais tarde, passou a se proteger com o fechamento de ruas, guardadas por vigilantes em guaritas.
4 - Referência explícita a Gilberto Freyre: “Casa Grande e Senzala” e “Sobrados e Mucambos”.  Lélia conheceu bem os escritos de Gilberto Freyre e não poupava a crítica direta ao “racismo cordial” que consta em sua obra.
5 - O Lugar de Negro, p. 15
6 – No vivido, Lélia sempre teve consciência do que era a opressão e a exclusão.
7 – Nos referimos ao Movimento Negro dos anos 1970 como “novo”, para lembrar as lutas anteriores, como a Frente Negra Brasileira – 1931-1938, e o Teatro Experimental do Negro – 1944.
8 - SHUMAHER, Shuma; VITAL BRAZIL, Érico. Jorge Zahar Editor.  Rio de Janeiro, 2000.
9 - MSN Encarta - African American History - Gonzales, Lélia – “uma mulher afro-brasileira que foi pioneira na política brasileira e nos círculos acadêmicos, no que se refere às causas das mulheres e dos negros. ... É uma figura proeminente na vida intelectual do Brasil nos anos pós 1950.   ... destacada como “professora negra”... Ativista dos direitos das mulheres no Brasil, Gonzales realçava a importância da educação para o desenvolvimento das mulheres negras....” (Gonzales, conforme grafado na enciclopédia)
10 - SHUMAHER, Shuma; VITAL BRAZIL, Érico. Rio de Janeiro: Senac Nacional, 2007.
11 - da entrevista concedida à revista SEAF (Sociedade de Estudos e Atividades Filosóficos), republicada em forma de depoimento, como homenagem, na UAPÊ REVISTA DE CULTURA N.º 2 – “EM CANTOS DO BRASIL”  Editora Uapê , março 2000.
12 - da entrevista concedida à revista SEAF.
13 – Lugar de Negro, p. 23
14 – Lugar de Negro, p. 28
15 - Em São Paulo, 07 de julho de 1976, com o objetivo de “protestar contra os últimos acontecimentos discriminatórios contra negros, amplamente divulgados pela imprensa.”
16 – Lugar de Negro, p. 45-46.
17 – Da versão, em português, com algumas modificações, da comunicação “The Black Woman’s Place in the Brazilian Society”, apresentada na “1985 and Beyond: A National Conference”, promovida pelo African-American Political Caucus e pela Morgan State University (Baltimore, 9-12/8/84).
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*Ana Maria Felippe é carioca, graduada em Filosofia (UERJ); pós-graduada em Filosofia da Ciência (UFRJ), professora, articulista, consultora, fundadora do IPCN – Instituto de Pesquisa das Culturas Negras, Coordenadora de Memória Lélia Gonzalez, atual presidente da SEAF – Sociedade de Estudos e Atividades Filosóficos. Contato: anafelippe@leliagonzalez.org.br
Foto de Lélia Gonzalez, 1987, em Miami; do acervo do professor, etnólogo e historiador Carlos Moore.
 
  
Xica da Silva


Não se sabe a data de nascimento de Francisca da Silva, sabe-se que ela era filha de uma mulher negra com um português, chamados Maria da Costa e Antônio Caetano de Sá, respectivamente.
O primeiro filho de Chica teve como pai o médico português Manuel Pires Sardinha, que o reconheceu como filho bastardo em seu testamento, em 1755, nomeando-o como um de seus herdeiros.
A carta de alforria de Chica, foi assinada pelo então desembargador João Fernandes de Oliveira, com quem passou a viver maritalmente, não eram casados pois a legislação não permitia casamento entre senhores brancos e negras forras. Passaram a viver na região de Vila do Príncipe e do Tejuco, onde o Sr. João Fernandes administrava o contrato para extração de diamantes concedido pela Coroa a seu pai.
Chica ficou reconhecida na região como a Chica que manda, já em 1754 possuía um sobrado e alguns escravos. Sua casa ficava na rua do Bonfim, local prestigiado do arraial, com uma capela própria, possuía ainda, nos arredores do Tejuco uma espécie de castelo, a chácara de Palha, com capela e teatro.
Entre 1755 e 1770 tiveram 13 filhos. Chica fez questão de educar suas nove filhas no Recolhimento de Macaúbas, melhor educandário da região das Minas. Cinco de suas filhas fizeram os votos e se tornaram freiras, as outras largaram o hábito para se casar.
Em 1771, João Fernandes teve que se ausentar do Brasil, convocado pela coroa para prestar contas sobre a acusação de violar regras do contrato que tinha com a corte, mas retornou a colônia algum tempo depois.
Durante a ausência de João Fernandes Chica buscou vários meios para a manutenção de sua condição. Associou-se a várias Irmandades, que eram entidades que agregavam indivíduos de mesma origem e condição, o que lhe proporcionava uma forma de obter distinção e reconhecimento social. Na Irmandade das Mêrces, que congregava pardos, Chica, chegou a ser juíza. No livro da Irmandade do santíssimo do tejuco, existem dezenas de registros de pagamentos feitos por Chica para viabilizar casamentos, batismos e enterros de seus escravos. João Fernandes faleceu em Lisboa, em 1779.
Chica da Silva se utilizou dos meios disponíveis às mulheres escravas, que eram a maioria alforriada. De acordo com o censo 1738 elas constituíam 65% do total de 387 forros, contra 37% dos homens. Ao longo de sua trajetória, ela agiu de forma a diminuir o preconceito que a cor e a escravidão lhe conferiam, para isso promoveu a ascensão social de seus filhos. Seu filho João Fernandes tornou-se o principal herdeiro do pai tendo recebido dois terços de seus bens. José Agostinho tornou-se padre, e o pai deixou-lhe uma renda para que constituísse uma capela. Simão Pires sardinha estudou em Roma, comprou um título de nobreza e uma patente de tenente-coronel da cavalaria de Minas Gerais.
Chica da Silva morreu no dia 15 de fevereiro de 1796, no Tejuco. Foi enterrada na Igreja de São Francisco de Assis, cuja irmandade era reservada a elite branca do arraial, o que demostra sua importância e prestígio.
Fonte:
Dicionário Mulheres do Brasil - de 1500 até a atualidade biográfico e ilustrado. Organizado por Schuma Schumaher e Érico Vital Brazil. Jorge Zahar Editor, RJ, 2000.


Mãe Menininha do Gantois


Maria da Conceição Nazaré assumiu o posto de Ialorixá, em 1922, sob o reino de Oxum, com o nome de Mãe Menininha do Gantois. Tinha então 28 anos de idade. Nascida em 10 de fevereiro de 1894, na cidade de Salvador, Mãe Menininha descendia de sua avó, Maria Júlia da Conceição, iniciada na Barroquinha, primeiro candomblé da Bahia, foi a fundadora do Gamtois, no início do século.
Mãe Menininha foi feita aos 8 anos de idade por sua tia e madrinha, a mãe-de-santo Pulquéria da Conceição Nazaré, que a apelidou de "Menininha". Com a morte repentina de sua mãe carnal, Maria dos Prazeres Nazaré, que era a filha-de santo escolhida para suceder Pulquéria, deu-se início a novo processo de sucessão, tendo sido Menininha escolhida mãe-de-santo pelos orixás que lhe deram posse: Oxóssi (deus da caça e rei de ketu), Xangô (deus do fogo e rei do Oyó), Oxum (rainha da beleza e do rio Oxum) e Obaluaiê (divindade das doenças contagiosas).Mãe Meninha defendeu sempre a preservação dos locais onde eram realizados os cultos Afro-brasileiros, na época da escravidão, como o Engenho Velho ou a Casa Branca, o mais antigo terreiro da Bahia. Sem sair da sua cidade, devido a seus conhecimentos na região, sua fama se estendeu pelo País, sendo cantada em prosa e verso por seus filhos e filhas-de-santo, alguns deles famosos em todo o Brasil.
Em vida, Meninha dizia que nasceu escolhida para ser mãe-de-santo, e ao aceitar esta missão sabia que estava entrando numa vida de sacrifícios. De sua vida pessoal, sabe-se que foi casada e teve duas filhas. Faleceu aos 92 anos, depois de longa enfermidade, tendo chegado a permanecer 64 anos na chefia do Gantois e completar 74 anos de iniciação. "Menininha, Kan sun ni eró" (durma em calma).


ORAÇÃO DE MÃE MENININHA
Composição: Dorival Caymmi


Ai, minha mãe
Minha mãe, Menininha
Ai, minha mãe
Menininha do Gantois

A estrela mais linda, hein?
Tá no Gantois
E o sol mais brilhante, hein?
Tá no Gantois
A beleza do mundo, hein?
Tá no Gantois
E a mão da doçura, hein?
Tá no Gantois
O consolo da gente, ai
Tá no Gantois
E a Oxum mais bonita, hein?
Tá no Gantois

Olorum quem mandou essa filha de Oxum
Tomar conta da gente e de tudo cuidar
Olorum quem mandou ê ô, ora iê iê ô
Ê ô, ora iê iê ô


Obassy



Obassy nasceu em 1937 como Celina Vieira. Seu pai era de Santa Luzia de Carangola, e sua mãe de Laranjal, Minas Gerais. Nasceu por lá, porém com mais tempo de Rio de Janeiro - veio para cá ainda menina - se diz carioca, com toda a propriedade e mérito.sua mãe veio par ao Rio primeiro para juntar-se a avó, seu pai veio em 1938 com as quatro filhas mulheres e um garoto. Obassy, era a caçula, porém não viu regalias nisto: "perdi minha mãe com 10 anos, isso foi muito ruim". Quem tomou sua guarda foram as irmãs, que faleceram : " Sabe como é , uma família de cardíacos".
Aos 14 anos foi trabalhar na casa de família em que sua mãe trabalhou durante 19 anos. Ficou neste emprego dos 14 aos 23 anos, quando saiu para se casar.
Ganhou a partir da religião o nome de Obassy, por ser filha de Obá, (segundo ela a terceira mulher de Xangô - a primeira foi Oxum, a Segunda Yansã, depois Obá ). Em memória de sua mãe, que era da Umbanda, cuida de seu preto velho e sua cabocla. Mas é enfática ao dizer que o Candomblé a libertou: "O candomblé me deu a libertação, eu era tímida e depois que me inicie avancei muito, fiz lutar pelo que eu desejava, agora eu vou à luta, eu sou liberta até demais". Porém diz que sua vida só começou aos 42 anos, quando se separou do marido de quem não gosta de falar nem sequer o nome: "a vida com ele foi de muita luta, muito sacrifício, correndo das enchentes até que consegui o meu pedacinho de céu na Cidade de Deus".Desta união ganhou quatro filhas, das quais se orgulha e abre um sorriso enorme para falar delas e da quinta adotiva. A partir de então começou a trabalhar como funcionária pública municipal. E conheceu um grande amigo, presidente da Escola de Samba Unidos de Rocha Miranda, que a convidou para presidenta da ala das baianas. A partir daí descobriu-se poetisa e sambista. Participou de vários concursos para a escolha de samba enredo como compositora, porém vê nas escolas de samba um universo bastante limitado e restrito aos novos compositores, principalmente às mulheres.Obassy, diz que sua inspiração vem nos momentos de tristeza, e também da função - merendeira - quando, muitas vezes, largava as panelas para rascunhar uma nova composição. Todos os anos, no dia 1 de maio, participa do festival do Trabalhador, na comunidade Shangri-lá em Jacarepaguá. Seu tema predileto é o afro, o samba é "sua cachaça". Há três anos fez o samba sobre o enredo A paz é possível, que ficou entre os quatro finalistas da Escola Mocidade Unida de Jacarepaguá. A letra compôs a monografia de uma de suas filhas, a única com nível superior na família - formada em assistente social pela PUC/ RJ, foi a primeira aluna negra do movimento de pré vestibulares populares a ingressar na universidade.Seu "pedacinho de céu" fica na Cidade de Deus, na Rua Salatiel 17, onde ainda faz o seu Candomblé e toca para Preto Velho e Exú.
Fonte:
Entrevista realizada com a própria Obassy , em 11 de agosto de 2004.


Mãe Meninazinha de Oxum



Maria do Nascimento - Iyalorixá da Sociedade Civil e Religiosa do Ilê Omolu Oxum. Nasceu, em Ramos, no Rio de Janeiro, no dia dezoito de agosto de 1964. Filha de Maria da Luz do Nascimento e Luiz Pedro do Nascimento. Neta de Davina Maria Pereira.

Ilê Omolu Oxum - A comunidade-terreiro Ilé Omolu Osùn instalou-se em São Matheus, em 1968, dando continuidade à Casa-Grande de Mesquita, primeira comunidade-terreiro de candomblé a fixar-se na Baixada Fluminense (1937). A Casa-Grande de Mesquita, que primeiramente funcionou na Rua Barão de São Félix, na Saúde, foi uma das primeiras comunidades-terreiro, de que se tem notícia, estabelecida na cidade do Rio de Janeiro, à época de João Alabá (pai-de-santo de Tia Ciata e Carmen do Xibuca). Sua importância deve-se ao fato de muito bem representar os vínculos criados entre líderes religiosos e tradicionais famílias baianas e cariocas, ainda no princípio do século; fator determinante para a criação de uma música urbana carioca, o samba.
A importância do Ilê Omolu Oxum deve-se ao fato deste ter abrigado, após o fechamento de Mesquita, parte dos filhos-de-santo lá iniciados, sendo portanto, juntamente com a Casa de Seu Rui, as duas únicas comunidades-terreiro de candomblé que hoje dão continuidade à Casa de João Alabá.

Sobre os projetos sociais - Em 1988, a comunidade-terreiro Ilé Omolu Osùn constituiu-se numa sociedade civil, a Sociedade Civil Religiosa Ilé Omolu Osùn, com a finalidade de organizar um núcleo administrativo que possibilitasse a representação jurídica da comunidade-terreiro frente aos órgãos governamentais e não-governamentais.
Essa representação tem como intuito validar a implantação de projetos em prol do desenvolvimento social, cultural, econômico e político da região onde a comunidade-terreiro está instalada, bairro de São Matheus, município de São João de Meriti (a comunidade-terreiro foi uma das primeiras construções erguidas na localidade).
Sua intenção é transformar o papel meramente religioso da comunidade-terreiro em prol de uma representação mais eficaz na disseminação do acesso à (in)formação entre a população da região - tanto do terreiro quanto do entorno, populações estas que se somam.
Ao longo desse anos, a Sociedade realizou os seguintes projetos: criação de um consultório médico, que oferece os serviços de clínica geral e ortopedia gratuitos, atendendo a cerca de 10 pessoas duas vezes por semana, totalizando atendimento de 40 pacientes/mês - conta ainda com a colaboração do PU para a realização de exames complementares; consultório de psicologia, com atendimento uma vez por semana; atendimento jurídico, uma vez por semana; exibição mensal de filmes (16 mm) e vídeos - ficção e documentário - que tratam os seguintes temas: relações raciais e de gênero, sociedade e cultura afro-brasileiras, religião, meio-ambiente, etc; distribuição de cestas básicas; implantação de um núcleo de pesquisa e documentação sobre sociedade e cultura afro-brasileiras - Memorial Iyá Davina -, que abriga exposição permanente de fotografias e objetos, biblioteca e videoteca, inscrito nas leis de incentivo à cultura estadual e federal; e a realização dos seguintes cursos: curso de yorubá, artesanato (fabricação de cartões em papel vegetal), corte e costura, introdução à técnica do richilieu, culinária e, por fim, os de marcenaria e ladrilharia, bem como, culinária, dentro do Projeto de Capacitação Profissional para Jovens em Risco Social do Programa Comunidade Solidária.
Dessa forma, a Instituição firma-se hoje como um centro de capacitação social reconhecido pela (e, por isso, referência para a) comunidade.
Sobre Iyá Davina - Iyá Davina foi a primeira filha-de-santo de Procópio Xavier de Souza, mais conhecido como Procópio d'Ogum. O número de iniciadas, além da famosa feijoada anual oferecida a Ogum - patrono do terreiro -, que mais tarde ficou conhecida como "feijão do Procópio", bastante contribuiram para o recohecimento do terreiro. Donald Pierson, cita mesmo uma festa com mais de quatrocentos espectadores no Ilê Ogunjá [cf. Pierson, Brancos e Pretos na Bahia]. Outro fator fundamental para o seu reconhecimento foi o fato de ter participado da legitimação do candomblé, durante o Estado Novo, momento de intensa perseguição às religiões afro-brasileiras, tendo seu terreiro sido invadido pelo famoso delegado de polícia Pedrito Gordo, e Procópio sido preso. Tal acontecimento - caso Pedrito - registrou o nome de Procópio na história popular baiana, chegando mesmo a fazer parte de uma letra de samba-de-roda:
________________________________________
"Procópio tava na sala,
Esperando santo chegá,
Quando chegou seu Pedrito,
Procópio passa pra cá.
Galinha tem força n'asa,
O galo no esporão,
Procópio no candomblé
Pedrito no facão".
________________________________________

Caso que conferiu-lhe notórias citações em obras de ficção - Tenda dos Milagres é um bom exemplo -, quanto em produção bibliográfica científica - O candomblé da Bahia [Roger Bastide], Orixás [Pierre Verger], etc.
Davina Maria Pereira nasceu no ano de 1880 na cidade de Salvador - BA. No dia 24 de julho de 1910, foi iniciada por Procópio Xavier de Souza, Procópio d'Ogun, no Ilê Ogunjá, situado no Baixão, antigo Matatu Grande, em Salvador. Filha de Omolu e Oxalá, muda-se, ainda na década de 1910, para a cidade do Rio de Janeiro, juntamente com seu marido, Theophilo Pereira, ogã do Ilê Ogunjá. Possuíra, no bairro da Saúde, residência na qual abrigará inúmeros conterrâneos de mudança para o Rio, ficando popularmente conhecida como Consulado Baiano. Já nesta época, existia no Rio de Janeiro, um famoso terreiro de candomblé, situado na Rua Barão de São Félix, 174, dirigido pelo renomado pai-de-santo João Alabá. A este, Iyá Davina irá se ligar. Alguns historiadores dizem que tal terreiro foi fundado com a ajuda de Rodolfo Martins de Andrade, Bamboxê Obitikô. João Alabá foi iniciado na Bahia (desconhece-se em qual terreiro). Cultuava grande amizade com tradicionais sacerdotes baianos, entre estes, Joaquim Vieira da Silva, Tio Joaquim. Em sua casa foram iniciados Carmem do Xibuca e mebros de sua família, assim como da família de Tia Ciata [de sobrenome Jumbeba]. Com o falecimento de João Alabá (1924), verifica-se o fechamento da casa da Rua Barão de São Félix. Dona Pequena d'Oxaguian e seu marido Vicente Bankolê herdam os assentamentos de Alabá, e com a ajuda de Iyá Davina, criam a Sociedade Beneficiente da Santa Cruz de Nosso Senhor do Bonfim, primeiramente instalada em Bento Ribeiro, e posteriormente transferida para Mesquita, Nova Iguaçu [1931]. Com o falecimento de Tia Pequena, Iyá Davina se tornará a última Iyalorixá da Casa-Grande de Mesquita, que foi a primeira roça de candomblé a instalar-se na Baixada Fluminense.
Iyá Davina participará da fundação de inúmeros terreiros no Rio de Janeiro, entre estes: o Bate-Folha de João Lessengue, o Axé Opô Afonjá de Mãe Agripina , além de manter estreitas relações com outros terreiros estabelecidos na cidade, entre os quais citamos: o Terreiro de São Gerônimo e Santa Bárbara, da falecida Iyalorixá Senhorazinha. Fato que bem ilustra os vínculos criados entre migrantes baianos e cidadãos cariocas, determinante para a criação, preservação e manutenção de novos e velhas tradições culturais, entre estas o samba.
Após o falecimento de Iyá Davina, sua neta e herdeira espiritual, Meninazinha d'Oxum, Mãe Naná, com a ajuda dos integrantes mais velhos da Casa-Grande de Mesquita, transfere-se para a localidade da Marambaia, distrito de Tinguá, Nova Iguaçu - RJ, onde funda a Sociedade Civil e Religiosa Ilê Omolu Oxum. Por lá, o ilé egbè permanceu até a década de 70, quando transfere-se, definitivamente, para o bairro de São Matheus, em São João de Meriti - casa onde ainda hoje reside. O cargo de Iyalorixá lhe foi atribuído antes mesmo do nascimento, pelo orixá de sua avó, Omolu. Pela avó, foi preparada para substituí-la à época de seu falecimento. O que, também, lhe renderá as mais diversas citações na produção bibliográfica sobre antropologia das religiões afro-brasileiras (ver: Os Candomblés Antigos do Rio de Janeiro [Agenor Miranda], Faraimará-O Caçador traz Alegria: Mãe Stella 60 Anos de Iniciação, La Quête de L'Afrique dans le Candomblé au Brésil [Stefania Capone], etc.
Sobre o Memorial Iyá Davina - o Memorial Iyá Davina é o primeiro centro de preservação de memória no distrito de São Matheus, Município de São João de Meriti, município fluminense que concentra o maior contingente percentual da população negra do Estado do Rio de Janeiro, constituindo-se num canal de preservação e reconstrução da memória histórica das religiões afro-brasileiras, de seus personagens integrantes ou, mais especificamente, de uma parte da história da cultura e sociedade brasileiras.


Algumas considerações sobre Mãe Meninazinha d'Oxum
e sobre seus empreendimentos
"Da Bahia para o Bairro Saúde, da Saúde para a Baixada: Iyá Davina percorreu o roteiro da implantação do candomblé da Bahia em terras fluminenses. Sua neta de sangue e filha de santo Meninazinha faz da casa de São Matheus um pólo irradiador de atendimento à comunidade e de divulgação da religião dos orixás. Heranças ampliam-se, laços se multiplicam. No mundo dos homens, tradições se entrelaçam.
Omolu, Rei dos Senhores da Terra, dono da cabeça de Davina, deu o nome no dia 24 de julho de 1910 - dia em que Xangô é festejado em todos os terreiros -, na casa de Procópio de Ogunjá. Oxum, mãe benevolente, alegria do sangue das mulheres fecundas, dona da cabeça de Meninazinha, deu o nome no dia 10 de julho de 1960. Cinqüenta anos de distância nada são no tempo infinito dos orixás.
"Minha mãe quando estava grávida, já sabia que vinha uma menina que, mais cedo ou mais tarde, teria de fazer o santo para herdar o cargo da minha avó." É pela medição dos sacerdotes e sacerdotisas que se expande o axé. A tradição oral transmite a memória do sagrado. No tempo dos homens, é preciso que haja o registro de documentos e organização de acervos para que seja facilitado o acesso dos leigos à cultura afro-brasileira. O Memorial Iyá Davina cumpre essa função de mediação entre tempos antigos e tempos de hoje, entre estudiosos de fora e gente de santo, entre terreiro e sociedade mais ampla. Assim como o Ilê Omolu Oxum assegura a manutenção das tradições, e desenvolve importante papel social em meio à comunidade". [Monique Augras, Professora-Titular da PUC-RJ]
"Mãe Naná [Meninazinha], detentora de um axé, isto é, iyalaxé de um dos terreiros mais tradicionais do Rio de Janeiro e que por tradição é descendente de várias origens que a própria hospitalidade nagô privilegia.
Ponto de referência da aristocracia nagô dos que aqui chegaram, no Rio de Janeiro, hoje representa ainda este ponto de união, cortesia e sabedoria.
Este museu é o primeiro no Rio de Janeiro que conta um pouco da história afro-brasileira e que necessariamente, por todos os atributos desse axé, é altamente representativo.
Axé a todos os organizadores e, em especial, a Mãe Meninazinha, querida e respeitada por todos" [José Flávio Pessoa de Barros, Professor-Titular da UFRJ e da UERJ]
"A palavra "memorial" aplicada a uma personalidade eminente do universo afro-brasileira é, por si mesma, auspiciosa. Sabemos que os caminhos da memória publica ou oficial no Brasil costumam excluir as personagens de destaque das classes economicamente subalternas, mais que, no entanto podem dispor de recursos simbólicos excepcionais. O patrimônio dos cultos afro-brasileiros é um bom exemplo. Revaloriza-lo memorialisticamente é acentuar a continuidade institucional centrada na dinâmica de construção de uma identidade para o escravo e seus descendentes, esses que formaram ao longo dos séculos a base da população brasileira. Iyá Davina é, assim, ancestral, a ser devidamente cultuado". [Muniz Sodré, Professor-Titular da UFRJ]
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4 comentários:

  1. 1ª A conspiração judaica tupiniquim contra os negros afro-brasileiros O GLOBO ditadura vandalista da comunicação, leviana ardilosa e racista inimiga do povo brasileiro. No Brasil os judeus monopolizam a TV discriminam e humilham as mulheres negras? A MEGALOBO RACISMO? A violência do preconceito racial no Brasil personagem (Uma negra boçal degradada pedinte com imagem horrenda destorcida é a Adelaide http://globotv.zorra-total/v/adelaide-e-briti-pedem-dinheiro-no-metro/, do Programa Zorra Total, TV Globo do ator Rodrigo Sant’Anna? Ele para a Globo e aos judeus é engraçado, mas é desgraça para nós negros afros indígenas descendentes, se nossas crianças não tivessem sendo chamadas de Adelaidinha ou filha, neta e sobrinha da ADELAIDE no pior dos sentidos, é BULLIYING infeliz e cruel criado nos laboratórios racistas do PROJAC (abrev. de Projeto Jacarepaguá da Central Globo de Produção) da Rede Globo é dominado por judeus diretores, produtores e apresentadores ( OBS. além destes judeus e judias citados existem centenas de outros e mais de 200 atores, atrizes, comediantes, artistas e apresentadores judeus e judias e milhares de empregados e colaboradores da " Rede Globo Judaica Midiática Brasileira" )como Arnaldo Jabor, Alexandre Eggers Garcia, Carlos Sanderberg, Luciano Huck, Jairo Bauer, Alan Fiterman, Luis Erlanger, Marcos Losekann, Marcius Melhem e Leandro Hassum, Vladimir Brichta, Tiago Leifert, Pedro Bassan, Pedro Bial, Jitman Vibranovski, William Waack, William Bonner & Fátima Bernardes, Ernesto Paglial & Sandra Annenberg, Pedro Doria & Leila Sterenberg, Mateus Solano & Paula Braun, Yvonne Maggie, Mônica Waldvogel, Renata Malkes, Sandra Passarinho, Amora Mautner, Lillian W. Fibe, Esther Jablonski, Patrícia Taufer, Glenda Kozlowski Fernanda Grael, Leila Neubarth,Beatriz Thielmann,Gilberto Braga,Wolf Maya, Mauro Halfeld, Mário Cohen, Ricardo Waddington, Max Gehringer, Maurício Kubrusly, Mauro Molchansky, Maurício Sirotsky, Marcelo Rosenbaum, Michel Bercovitch, Luiz Gleiser, Fábio Steinberg, Carlos de Lannoy, Roberto Kovalick, Guilherme Weber, Régis Rösing, Caio Blinder, Daniel Filho, Gilberto Braga, Gilberto Leifert, Gilberto Dimenstein , Walcyr Carrasco, Carlos H. Schroder e o poderoso Ali Kamel diretor chefe responsável e autor do livro Best seller o manual segregador (A Bíblia do racismo,que irônico tem por titulo NÃO SOMOS RACISTA baseado e num monte de inverdades e teses racistas contra os negros afrodescendentes brasileiros) E por Maurício Sherman Nisenbaum (que Grande Otelo, Jamelão , Luis Carlos da Vila e Geraldo Filme chamavam o de racista porque este e o Judeu sionista racista Adolfo Bloch dono da Manchete discriminavam os negros)responsável dirige o humorístico Zorra Total. Foi dono da criação de programas e dos programas infantis apresentados por Xuxa(Luciano Szafir)e Angélica(Luciano Hulk) ambas tendo seus filhos com judeus,apresentadoras descobertas e lançadas por ele no seu pré-conceitos de padrão de beleza e qualidade da Manchete TV dominada por judeus sionistas,este BULLYING NEGLIGENTE PERVERSO da Rede Globo.

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  2. 2ª A conspiração judaica BULLYING NEGLIGENTE PERVERSO da Rede Globo. Humilhante absurdo e desumano que nem ADOLF HITLER fez aos judeus, mas os judeus sionistas da TV GLOBO faz para a população negra afro-descendente brasileira isto ocorre em todo lugar do Brasil para nós não tem graça, esta desgraça de humor racista criminoso, que humilha crianças é desumano para qualquer sexo, cor, raça, religião, nacionalidade etc. o pior de tudo esta degradação racista constrangedora cruel é patrocinada e apoiada por o S.R. Ali KAMEL fascista sionista (marido da judia Patrícia Kogut jornalista do GLOBO que liderou dezenas de judeus artistas intelectuais e empresários dos 113 nomes (Manifesto Contra as contra raciais) defendida pela radical advogada Procuradora judia Roberta Kaufmann do DEM e PSDB e o Senador Demóstenes Torres que foi cassado por corrupção) TV Globo esta mesma que fez anúncios constantes do programa (27ª C.E. arrecada mais de R$ 10, milhões reais de CENTARROS para esmola da farsa e iludir enganando escondendo a divida ao BNDES de mais de três bilhões dólares dinheiro publico do Brasil) que tem com o título ‘A Esperança é o que nos Move’, show da “Criança Esperança” de 2012 celebrará a formação da identidade brasileira a partir da mistura de diferentes etnias) e comete o genocídio racista imoral contra a maior parte do povo brasileiro é lamentável que os judeus se divirtam com humor e debochem do verdadeiro holocausto afro-indigenas brasileiro o Judeu Sergio Groisman em seu Programa Altas Horas e assim no Programa Encontro com a judia Fátima Bernardes riem e se divertem. (A atriz judia Samantha Schmütz em papel de criança um estereótipo desleal e cruel se amedronta diante aquela mulher extremamente feia) para nós negros afros brasileiros a Rede GLOBO promove incentiva patrocínio (O soció,olopata Demétrio Magnoli e os jornalopata$$$tas Luiz Carlos Azenha, Diogo Mainardi, Reinaldo Azevedo arautos das elites conservadores patrocinados da Casa Grande contrários a empenhos positivos a favor da sociedade dos afrodescendentes. ) preconceitos raciais que humilha e choca o povo brasileiro. Organização Negra Nacional Quilombo ONNQ 20/11/1970 – REQBRA Revolução Quilombolivariana do Brasil - quilombonnq@bol.com.br

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  3. 2ª A conspiração judaica BULLYING NEGLIGENTE PERVERSO da Rede Globo. Humilhante absurdo e desumano que nem ADOLF HITLER fez aos judeus, mas os judeus sionistas da TV GLOBO faz para a população negra afro-descendente brasileira isto ocorre em todo lugar do Brasil para nós não tem graça, esta desgraça de humor racista criminoso, que humilha crianças é desumano para qualquer sexo, cor, raça, religião, nacionalidade etc. o pior de tudo esta degradação racista constrangedora cruel é patrocinada e apoiada por o S.R. Ali KAMEL fascista sionista (marido da judia Patrícia Kogut jornalista do GLOBO que liderou dezenas de judeus artistas intelectuais e empresários dos 113 nomes (Manifesto Contra as contra raciais) defendida pela radical advogada Procuradora judia Roberta Kaufmann do DEM e PSDB e o Senador Demóstenes Torres que foi cassado por corrupção) TV Globo esta mesma que fez anúncios constantes do programa (27ª C.E. arrecada mais de R$ 10, milhões reais de CENTARROS para esmola da farsa e iludir enganando escondendo a divida ao BNDES de mais de três bilhões dólares dinheiro publico do Brasil) que tem com o título ‘A Esperança é o que nos Move’, show da “Criança Esperança” de 2012 celebrará a formação da identidade brasileira a partir da mistura de diferentes etnias) e comete o genocídio racista imoral contra a maior parte do povo brasileiro é lamentável que os judeus se divirtam com humor e debochem do verdadeiro holocausto afro-indigenas brasileiro o Judeu Sergio Groisman em seu Programa Altas Horas e assim no Programa Encontro com a judia Fátima Bernardes riem e se divertem. (A atriz judia Samantha Schmütz em papel de criança um estereótipo desleal e cruel se amedronta diante aquela mulher extremamente feia) para nós negros afros brasileiros a Rede GLOBO promove incentiva patrocínio (O soció,olopata Demétrio Magnoli e os jornalopata$$$tas Luiz Carlos Azenha, Diogo Mainardi, Reinaldo Azevedo arautos das elites conservadores patrocinados da Casa Grande contrários a empenhos positivos a favor da sociedade dos afrodescendentes. ) preconceitos raciais que humilha e choca o povo brasileiro. Organização Negra Nacional Quilombo ONNQ 20/11/1970 – REQBRA Revolução Quilombolivariana do Brasil - quilombonnq@bol.com.br

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  4. 1ª A conspiração judaica tupiniquim contra os negros afro-brasileiros O GLOBO ditadura vandalista da comunicação, leviana ardilosa e racista inimiga do povo brasileiro. No Brasil os judeus monopolizam a TV discriminam e humilham as mulheres negras? A MEGALOBO RACISMO? A violência do preconceito racial no Brasil personagem (Uma negra boçal degradada pedinte com imagem horrenda destorcida é a Adelaide http://globotv.zorra-total/v/adelaide-e-briti-pedem-dinheiro-no-metro/, do Programa Zorra Total, TV Globo do ator Rodrigo Sant’Anna? Ele para a Globo e aos judeus é engraçado, mas é desgraça para nós negros afros indígenas descendentes, se nossas crianças não tivessem sendo chamadas de Adelaidinha ou filha, neta e sobrinha da ADELAIDE no pior dos sentidos, é BULLIYING infeliz e cruel criado nos laboratórios racistas do PROJAC (abrev. de Projeto Jacarepaguá da Central Globo de Produção) da Rede Globo é dominado por judeus diretores, produtores e apresentadores ( OBS. além destes judeus e judias citados existem centenas de outros e mais de 200 atores, atrizes, comediantes, artistas e apresentadores judeus e judias e milhares de empregados e colaboradores da " Rede Globo Judaica Midiática Brasileira" )como Arnaldo Jabor, Alexandre Eggers Garcia, Carlos Sanderberg, Luciano Huck, Jairo Bauer, Alan Fiterman, Luis Erlanger, Marcos Losekann, Marcius Melhem e Leandro Hassum, Vladimir Brichta, Tiago Leifert, Pedro Bassan, Pedro Bial, Jitman Vibranovski, William Waack, William Bonner & Fátima Bernardes, Ernesto Paglial & Sandra Annenberg, Pedro Doria & Leila Sterenberg, Mateus Solano & Paula Braun, Yvonne Maggie, Mônica Waldvogel, Renata Malkes, Sandra Passarinho, Amora Mautner, Lillian W. Fibe, Esther Jablonski, Patrícia Taufer, Glenda Kozlowski Fernanda Grael, Leila Neubarth,Beatriz Thielmann,Gilberto Braga,Wolf Maya, Mauro Halfeld, Mário Cohen, Ricardo Waddington, Max Gehringer, Maurício Kubrusly, Mauro Molchansky, Maurício Sirotsky, Marcelo Rosenbaum, Michel Bercovitch, Luiz Gleiser, Fábio Steinberg, Carlos de Lannoy, Roberto Kovalick, Guilherme Weber, Régis Rösing, Caio Blinder, Daniel Filho, Gilberto Braga, Gilberto Leifert, Gilberto Dimenstein , Walcyr Carrasco, Carlos H. Schroder e o poderoso Ali Kamel diretor chefe responsável e autor do livro Best seller o manual segregador (A Bíblia do racismo,que irônico tem por titulo NÃO SOMOS RACISTA baseado e num monte de inverdades e teses racistas contra os negros afrodescendentes brasileiros) E por Maurício Sherman Nisenbaum (que Grande Otelo, Jamelão , Luis Carlos da Vila e Geraldo Filme chamavam o de racista porque este e o Judeu sionista racista Adolfo Bloch dono da Manchete discriminavam os negros)responsável dirige o humorístico Zorra Total. Foi dono da criação de programas e dos programas infantis apresentados por Xuxa(Luciano Szafir)e Angélica(Luciano Hulk) ambas tendo seus filhos com judeus,apresentadoras descobertas e lançadas por ele no seu pré-conceitos de padrão de beleza e qualidade da Manchete TV dominada por judeus sionistas,este BULLYING NEGLIGENTE PERVERSO da Rede Globo.

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