quinta-feira, fevereiro 03, 2011


Caso Extra: Caso repercute na mídia e Abílio Diniz reage

abiliodiniz


S. Paulo - O caso da agressão de seguranças do Hipermercado Extra a uma criança negra, de apenas 10 anos, por suspeita de furto de mercadorias que o menino comprovou ter pago, teve ampla repercussão nos grandes meios de comunicação e provocou a reação do próprio presidente do Grupo Pão de Açúcar, o empresário Abílio Diniz (foto).
Em sua página no Twitter, Diniz comentou o caso, na tarde desta sexta-feira: "As investigações já estão em andamento e quero esclarecimento o mais rápido possível. Até porque sou o primeiro a repudiar qualquer atitude discriminatória", escreveu no microblog.
O Jornal "O Estado de S. Paulo" abriu manchete na edição desta sexta-feira, com foto do pai do garoto, Diógenes da Silva e do próprio menino, com o rosto encoberto, segurando uma folha com o cupom fiscal provando que pagou pelos dois pacotes de biscoitos, dois pacotes de salgadinhos e um refrigerante. Ao todo o garoto gastou R$ 14,65.
"Supermercado é acusado de racismo contra criança", diz a manchete, acrescentando na legenda que "após desconfiarem de furto, seguranças xingaram e obrigaram menino de 10 anos a tirar a roupa; empresa nega discriminação". A reportagem ocupa metade da página.
O caso também foi a reportagem de abertura do Jornal Hoje da Rede Globo. A jornalista Veruska Donato, ouviu o advogado e o pai da criança. Também a TV Record e a Rádio Jovem Pan, gravaram entrevistas sobre o caso. A Rádio levou ao ar, ao vivo, uma entrevista do repórter André Aguiar, com o advogado Dojival Vieira.

Ministério Público acompanhará investigações do Caso Extra



extra-supermercados
S. Paulo - O Ministério Público do Estado de S. Paulo vai acompanhar as investigações do caso do garoto negro T., alvo de maus tratos e ameaças por parte de seguranças numa loja do Hipermercados Extra, da Marginal do Tietê, Penha, Zona Leste de S. Paulo. O caso aconteceu no dia 13 de janeiro passado.
A Procuradoria Geral de Justiça designou o promotor Luiz Paulo Sirvinskas, da Promotoria de Justiça Criminal do Foro Regional da Penha, para acompanhar o Inquérito, que é presidido pelo delegado Marcos Aníbal Andrade, do 10º DP.
O delegado disse que esta semana começará a ouvir os acusados envolvidos no caso e, para isso, aguarda o envio pelo Extra dos nomes dos seguranças que estavam de serviço no dia e horário em que ocorreu o episódio. Ele também aguarda o envio das imagens das câmeras do circuito interno de TV, que também foram pedidas.
T., segundo o pai, Diógenes da Silva, que trabalha em reciclagem de materiais usados, tornou-se uma criança retraída e introvertida e tem dificuldade em sair à rua sozinho. "Meu filho está traumatizado", afirmou.
Aplicação da Lei
Também nesta segunda-feira (31/01), o advogado da família da criança, Dojival Vieira, protocolou requerimento a Secretária da Justiça e Defesa da Cidadania, Eloisa Arruda, pedindo a instauração de Comissão Processante, prevista na Lei 14.187/2010, que dispõe sobre as penalidades administrativas a serem aplicadas pela prática de discriminação racial.
A Lei, sancionada no ano passado pelo então governador Alberto Goldman (PSDB), dispõe sobre as penalidades administrativas a serem aplicadas pela prática de atos de discriminação racial e considera atos discriminatórios por motivo de raça ou cor, para os seus efeitos, a prática de "qualquer tipo de ação violenta, constrangedora, intimidatória ou vexatória".
As penas previstas vão da advertência, suspensão, multas de até 3 mil Unidades Fiscais do Estado de S. Paulo – UFESPs - (cerca de 52.350,00) até a cassação da licença estadual para funcionamento. No caso da multa, pode ser elevada ao triplo, dependendo da situação econômica do infrator.
O advogado pediu que seja aplicada a multa máxima elevada ao triplo, em função do registro de outros casos de discriminação envolvendo seguranças do Extra.


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