quarta-feira, maio 04, 2011

DENÚNCIA

@blogdonoblat defende a prática de crime de racismo

 
Esperar coerência de um jornalista servil como o Ricardo Noblat seria muita ingenuidade da minha parte, por diversas vezes ele caiu em contradição ao analisar fatos políticos por mais que demonstre a fragilidade de senso crítico dos seus leitores, mas confesso que não imaginava que a sua desfaçatez pudesse chegar ao ponto de defender publicamente a prática do que a lei considera crime inafiançável.
Em mais um de seus comentários seletivos em que exibe o seu recalque patológico com o ex-presidente Lula, Noblat manda os escrúpulos às favas e sai em defesa do mandato e impunidade das declarações racistas e homofóbicas de Jair Bolsonaro, tentando justificar o crime cometido fazendo correlação primária com uma piada politicamente incorreta que o ex-presidente fez em privado e uma declaração que deu publicamente em visita oficial que fez ao Reino Unido.
É desonestidade intelectual e desrespeito à inteligência do leitor ignorar a diferença de uma piada contada entre amigos ou uma metáfora usada para responsabilizar os países ricos pelos efeitos da crise internacional com a prática de crime tipificada na lei 7.716 de 5 de Janeiro de 1989 (Lei Caó) e corrigida na Lei 9.459 de 13 de Maio de 1997. A lei é clara ao punir a intenção manifesta de preconceito ou discriminação de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional, intenção essa que ficou clara na declaração de Bolsonaro. A tentativa de comparar com o que disse o ex-presidente é de uma leviandade cínica.
Sem se preocupar com o fato que na internet tudo que se escreve fica guardado como quando criticou impiedosamente o ex-presidente na ocasião em que foi publicado o vídeo de Lula contando a piada ou no episódio em que deu à declaração culpando os países ricos, agora o jornalista hipócrita chama de “patrulha progressista” às críticas de toda a sociedade contra a atitude de Bolsonaro e repetindo o mantra da liberdade de expressão repetido à exaustão quando não existem argumentos de defesa, como fuga para justificar o inominável.
Alegar defesa de liberdade de expressão em casos onde são cometidos crimes tipificados pelo código penal (Art. 140) é fazer apologia ao crime. Se um artista pode ser processado por fazer apologia ao crime quando defende o uso da maconha, o que dizer quando um jornalista defende a prática de racismo por parte de um deputado? Este é um cidadão comum com a função delegada pela sociedade de fazer e defender as leis, e não uma elite que está acima delas. Pelo contrário, quando assume o deputado jura defender as leis. A imunidade parlamentar só serve para evitar perseguições políticas e não é um salvo-conduto para a prática de crimes.
O comentário boçal de Ricardo Noblat respinga no jornal que trabalha, O Globo, e em toda Organizações Globo, e reflete que tentam passar uma imagem em campanhas institucionais e novelas que não se sustenta na opinião de seus comandados. Noblat põe em prática o roteiro dos seus patrões para tentar salvar a pele e o mandato do Bolsonaro sem se envolver diretamente. O trabalho sujo fica para quem está lá justamente para isso, em uma atitude que lembra a contratação de mercenários em guerras.
Sem generalizar, o Ministério Público carece hoje em dia de procuradores que estejam dispostos a enfrentar a imprensa quando comete desatinos como esse. Infelizmente muitos deles querem manter uma relação cordial com a velha mídia com medo de assassinatos de reputação ou por gostar dos holofotes que ela dá. O dublê de jornalista/blogueiro merecia no mínimo uma repreensão pública e um chamado para prestar esclarecimentos sobre as reais intenções por trás do lixo que escreveu. Deveria ser inaceitável para um nordestino com a tonalidade da tês típica da miscigenação brasileira se preste ao papel de defender algo que provavelmente já sentiu na própria pele, mas Noblat já é uma vergonha para o povo nordestino, sobretudo os seus conterrâneos pernambucanos.

LENLEN

Químico, microempresário, libertário de esquerda sem filiação partidária, sem preconceitos, agnóstico, respeito o contraditório

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